Ensinando
a Especialidade Pioneiros da Igreja I e
II
1. Decorar Apocalipse
14:12
2. Saber os nomes de Cinco
fundadores da Igreja Mundial e contar sobre vida missionária de cada um deles;
3. Conhecer a história de, pelo
menos 2 reformadores na idade média;
4. Conhecer as seguintes informações
sobre Ellen White:
* Qual a idade em que recebeu a
primeira visão
* Que problemas de saúde teve na
infância e influenciou toda sua vida;
* Nome de seu marido;
* Quantos filhos teve;
* Quantos anos viveu
5. Conhecer o nome de cinco livros
escrito por Ellen White publicado em sua língua
6. Saber os nomes de Cinco
pioneiros Adventista que trabalharam(ou trabalham) em seu País. Contar
algo sobre a vida missionária de cada um deles;
7.
Conhecer a história de sua Igreja:
a. Como foi fundada;
b. Nome de dois pioneiros;
c. A quanto tempo se reúne no local atual;
8.
Saber o nome de, pelo menos, cinco ex-pastores de sua igreja ou distrito;
9. Aprender um hino Cristão antigo e
saber cantá-lo de cor;
10. Aprender um hino Adventista
antigo e saber cantá-lo de cor;
Dicas:
1. Apocalipse 14:12 – “Aqui está a paciência dos santos, aqui estão os que
guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus.”
2. PIONEIROS DA IGREJA MUNDIAL
a. Tiago White (1821-1881) foi um ministro pioneiro do movimento
Adventista. Apesar de seus defeitos físicos, sentia que Deus queria usa-lo para
advertir o mundo da proximidade do fim. Por isso saiu a pregar em vários
lugares levando a primeira mensagem angélica a muitas cidades. Era um orador
persuasivo e ótimo cantor, mas acima de tudo era um líder em potencial. “Tiago
White, intrépido, hábil, com visão do futuro, laborioso líder da Igreja
Adventista nascente que desempenhou importante papel nas primeiras décadas:
primeiro, esclarecendo e emoldurando as doutrinas, levando as pessoas a
aceita-las e observa-las; segundo, promovendo e organizando o governo
eclesiástico e terceiro, fundando e administrando instituições – a Igreja como
um corpo, a obra de publicações, educacional e de saúde que formaram os pilares
dessa causa... Ele nasceu líder... Todos os seus coobreiros sentiam o poder dinâmico
de seu espírito...” (Spalding). Por vários anos sofreu devido a problemas de
saúde: parte devido ao excesso de trabalho e morreu com apenas 60 anos, mas,
naqueles dias foi usado por Deus para estabelecer a Igreja Adventista do Sétimo
Dia.
Tiago
White serviu como presidente da Associação Geral por três mandatos, totalizando
dez anos como pastor geral.
b. José Bates (1792-1872), que fez carreira de camaroteiro
de bordo a capitão de navio e se aposentou do mar antes que a primeira mensagem
angélica o alcançasse. Deus havia estado a dirigir sua vida, pois sempre fora
um homem de princípios corretos e amante do direito e da verdade. Ele havia
deixado de usar álcool e fumo enquanto navegava pelos mares. Era membro da
Igreja Cristã e com cerca de 50 anos havia sido chamado para pregar. Foi o
organizador das primeiras sociedades de temperança da América. Dedicou todos os
seus recursos na obra, até que, por ocasião do grande desapontamento, pouco
dinheiro lhe restava. Depois disso, viveu principalmente pela fé.
Foi
o primeiro dos lideres que mais tarde tornaram-se ministros Adventistas do
sétimo dia a aceitar a verdade do Sábado e a apresenta-lo a outros obreiros e
fiéis. Escreveu também o primeiro tratado abrangente sobre o sábado que foi
publicado. Dedicou a maior parte de seu tempo viajando “ao Oeste que ainda não
havia sido trabalhado”, mesmo durante a neve do inverno do Canadá e em todas as
partes do Leste americano. “Jamais recusou um trabalho árduo em sua disposição
incansável. Era mais velho em idade do que seus associados mais jovens, os
White porém se curvavam ante seus experientes e paternais conselhos nos
primeiros dias do movimento. O Capitão Bates trabalhou ativamente até o fim de
seus dias. Faleceu em 1872 e foi sepultado em seu lar no Estado de Michigan.
c. John Nevins
Andrews (1829-1883), tinha apenas 15 anos de idade quando passou pelo grande desapontamento.
Começou a pregar aos 21. Esteve entre os primeiros lideres a aceitar a verdade
do sábado. Era um estudante diligente e um hábil escritor (seu livro mais
conhecido é A História do Sábado). Destacou-se também por ser um bom
organizador. Foi ele que começou a estudar e investigar qual o plano de Deus
para financiar a pregação do evangelho. A partir de sua pesquisa,
desenvolveu-se o plano do sistema de dizimo que hoje conhecemos. Em agosto de
1860 ele sugeriu publicamente que os irmãos deveriam encontrar-se para discutir
a organização da Igreja. Como resultado formou-se a Associação de Publicações
Adventist Review e o nome Adventista do Sétimo Dia foi escolhido pela Igreja.
Andrews
foi enviado a Europa como o primeiro missionário além-mar oficial da Igreja
Adventista em 1874 parcialmente devido ao fato de ser um bom lingüista. Ali ele
lançou os fundamentos da obra Adventista.
J.N.
Andrews foi o terceiro presidente da Associação Geral.
d. John Norton
Loughborough (1832-1924), pregou para os Adventistas desde a idade de 16 anos, embora não tenha
ouvido a mensagem do sábado até 1852, quando J. N. Andrews explicou-a tão
claramente que imediatamente a aceitou. Trabalhou com M. E. Cornell na década
de 1850 antes que os ministros recebessem salários, servindo em qualquer tarefa
que pudesse encontrar por quatro ou cinco dias por semana e pregando o resto do
tempo.
e. John Byington
(1798-887), é mais
lembrado como o primeiro presidente da Associação Geral. Ele tinha sido
ministro Metodista antes que conhecesse as três mensagens angélicas. Uma das
primeiras Escolas Sabatinas e a primeira Escola Adventista (iniciadas em 1853)
foram realizadas na casa de Byington em Buck’s Bridge, Nova Iorque. A
professora era sua filha Martha. Os primeiros guardadores do sábado reuniram-se
em sua propriedade, na qual ele construiu uma Igreja Adventista.
f. J. H. Waggoner
(1820-1889), aceitou
a mensagem do Advento em 1852, e está entre os que pediram por uma organização
da Igreja em 1860; ele era um dos lideres entre os Adventistas Guardadores do
Sábado. Trabalhou no Oeste, principalmente como editor de “Signs of the Times”.
Mais tarde serviu na Europa, e morreu na Suíça.
g. Urias
(1832-1903) e Annie (1828-1855) Smith foram dois promissores jovens –
irmão e irmã – que lecionavam quando o Senhor os chamou para trabalhar para Ele
Anne Smith respondeu como resultado de um sonho sobre o irmão José Bates, a
quem ela ouviu falar logo após. Era uma obreira ardente, mais lembrada por seus
poemas, muitos dos quais usados como hinos. Sua vida findou prematuramente, em
1855, como resultado de tuberculose. Urias Smith aceitou a mensagem
aproximadamente no fim de 1852, mais de dez anos depois de sua irmã, e entrou
para a obra de publicações. Foi ordenado ministro do evangelho e passou a maior
parte de sua vida como editor da Review and Herald e escritor “Thought on
Daniel and the Revelation (Pensamentos sobre Daniel e Apocalipse) é a obra pela
qual ele é mais lembrado. Em 1888 foi um dos lideres na discussão sobre a
justificação pela fé e um dos proeminentes eruditos da Bíblia”.
h. Frederick
Wheeler (1811-1910), era um pregador Metodista-Adventista que morava em New Hampshire e pastoreava
a Igreja de Washington. Ele foi essencialmente o primeiro ministro Adventista
do Sétimo Dia, pois aceitou a verdade do sábado através da Sra. Rachel Oakes
(mais arde Preston) em 1844. Entre os que estavam em sua congregação e que
aceitaram a terceira mensagem estavam os irmãos Farnsworth, William Cyrus.
3. REFORMADORES
Martinho Lutero: Nasceu na cidade Eisleben, em 10 de Novembro
de 1483. Veio de uma família humilde, seus pais Hans Luther e sua mãe
Margarete Ziegler Luther eram camponeses. Teve uma próspera carreira acadêmica:
foi ordenado sacerdote em 1507 entrando na ordem agostiniana, estudou filosofia
na Universidade de Erfurt, doutorou-se em teologia e lecionou como professor em Wittemberg. Também
recebeu o grau de mestre em
artes. Lutero deixou oficialmente a igreja romana em 1521.
Huldreich Zwinglio: Nasceu em 1484 no povoado de Wildhaus, da família de
fazendeiros, Zwinglio, recebeu o grau de bacharel em artes estudando nas
Universidades de Viena e Basiléia. Antes disso, havia se tornado sacerdote
católico onde Glarus foi sua primeira paróquia. Por volta de 1519, já sob a
influencia dos escritos de Erasmo e Lutero, começou a pregar em Zurique, contra
certos abusos da Igreja Católica e logo em seguida a deixou,
convertendo-se.
João Calvino: Nasceu em 1509 na cidade francesa de Nóyon na Picardia. Seu
pai era cidadão abastado e por isso se valeu do benefício de estudar na
Universidade de Paris. Depois foi estudar advocacia na Universidade de Orleans
e em Bourgs. Calvino
converteu-se às idéias reformadas em 1533. Foi forçado a abandonar a França por
colaborar com a reforma, instalando-se em Basiléia onde terminou sua obra “As
Institutas da Religião Cristã”.
João Knox: (1515-72) era padre escocês, cerca de 1540, começou a
pregar idéias da Reforma. Em 1547 foi preso pelo exercito Francês e mandado
para a França. Passou por Genebra onde absorveu de modo completo a doutrina de
Calvino. Em 1559 voltou a Escócia para liderar um movimento de Reforma
Nacional.
4.
SOBRE ELLEN WHITE:
v Ellen Gould Harmon
nasceu em 1827, na cidade de Gorham, Maine. EUA.
v Os Pais: Eunice e Roberto.
v Sua irmã gêmea: Elizabeth.
v Profissão do pai: chapeleiro. Tinham uma fábrica de chapéus
em casa.
v Aos 9 anos sofreu um acidente.
v Interrompeu os estudos no 3º ano.
v Batizada aos 12 anos na religião da família: Metodista.
v Ela e sua família aceitaram a mensagem do breve retorno de
Jesus.
v Ellen G. White começou com 17 anos, trabalhou 70 anos e
faleceu com 88 anos incompletos.
v Ellen era casada com Tiago White
e teve 4 filhos: Tiago Edson e William Clarence. Outros dois filhos, Henrique
morreu aos 16 anos e Herbert aos 3 meses.
v Escreveu aproximadamente 100 mil páginas, entre livros,
artigos, cartas e mais de 25 milhões de palavras.
v Mais de 50 livros com as compilações.
v Foram encontradas 35.000 a 36.000 mil vezes a palavra JESUS em
seus escritos.
v Duas mil visões.
v A primeira visão numa reunião de
senhoras. Casa de Elizabeth Haines em Portland. Dezembro
de 1844.Tema: O Caminho para o céu e a grande luz atrás do povo de Deus.
v Morte de Ellen G. White: Ellen White morreu em 16 de julho 1915, aos 87 anos de
idade. Suas ultimas palavras, dirigidas aos seus filhos foram: “Sei em quem
tenho crido”.
5. LIVROS ESCRITOS POR ELLEN WHITE: Primeiros Escritos, Patriarca e Profeta, Profeta e Reis,
O Desejado de Todas as Nações, Atos dos Apóstolos, O Grande Conflito,
Testemunhos Seletos, Mensagens Escolhidas, Caminho Para Cristo, O maior
Discurso de Cristo, Parábolas de Jesus, Conselhos sobre Regime Alimentar,
Conselhos Sobre Saúde, Educação, A ciência do Bom Viver, etc.
6. IGREJA ADVENTISTA NO BRASIL
Houve por bem a especial providência divina que a
mensagem adventista por meio da página impressa penetrasse no
Brasil em
1879. Embora disseminada no começo por mãos ímpias, a nossa
literatura, a boa semente, encontrou corações receptivos e frutificou abundantemente
em nosso país.
Em 1878, Burchard, jovem alemão residente em
Brusque/SC,
cometera um crime, e para escapar à justiça local, foi ao porto de Itajaí, onde
entrou como clandestino a bordo de um navio. Distante já do Brasil, o
comandante o descobriu, e ordenou-lhe trabalhar a bordo como tripulante. Foi
assim que durante a viagem, o jovem veio a conhecer dois missionários
adventistas em trânsito, os quais lhe perguntaram se havia evangélicos no Brasil,
chegando mesmo a dar-lhe estudos bíblicos e literatura denominacional. Burchard
lembrou-se então do seu padrasto, Carlos Dreefke, luterano, que apreciava
literatura religiosa, e forneceu àqueles missionários o endereço dele em
Brusque, para que lhe enviassem literatura gratuita.
Através do
Porto de Itajaí, em 1884, deu entrada no Brasil o
primeiro pacote de literatura do advento, destinado ao
Sr. Dreefke, residente
em Brusque. O pacote
referido foi ter às suas mãos quando se encontrava no armazém do Sr. Davi Hort.
Porém o Sr. Dreefke temendo uma cilada, recusou-se recebê-lo porquanto não
fizera encomenda alguma semelhante. Por insistência do Sr. Hort, resolveu abrir
a correspondência e encontrou exemplares do periódico adventista escrito em
língua alemã “
Stimme der Warheit” (Voz da Verdade), publicado
pela imprensa denominacional de
Battle Creek, nos Estados
Unidos.
O Sr. Dreefke, após retirar uma revista, deu as revistas para diversas pessoas,
inclusive ao Sr. Hort, o dono do armazém. O resultado foi imediato. Dez
famílias residentes em Brusque se tornaram interessadas na mensagem do advento,
passando a solicitar mais literatura através do Sr. Dreefke.
A demanda de publicações adventistas para o Brasil foi aumentando cada vez mais
e isto causou apreensão ao Sr. Dreefke, pois temia a responsabilidade pelo
pagamento e então decidiu suspender os pedidos futuros.
O Sr. Chikrevitowski, pediu para continuar com a
responsabilidade de realizar os pedidos, mesmo que tivesse que pagar algum
valor pela literatura, mas seu entusiasmo não durou muito.
Já em 1884, surge outro personagem, por nome
Dresler, que se ofereceu para pagar e distribuir toda a
literatura adventista que lhe chegasse às mãos. Sua conduta pessoal era, porém,
muito censurável. Banido da Alemanha, por seu próprio pai, um pastor luterano,
e que desejava para o filho a missão de pastor, mas que tomou a decisão extrema
de banir seu filho para evitar uma desonra maior para sua família, já que
Dresler se tornara um ébrio, entristecendo profundamente o seu pai.
Para garantir sua subsistência, Dresler tornou-se professor elementar em
Brusque, sem contudo abandonar o alcoolismo. Até mesmo das revistas de
publicações adventistas por ele vendidas ele usava para sustentar o seu vício.
Por vezes suas mãos ficavam tão trêmulas que as revistas lhe caíam em plena
rua, ou nas casas em que penetrava. Assim, acidentalmente nossa literatura era
encontrada por varias pessoas nos mais diversos lugares, inclusive chegou a
servir para embrulhar mercadorias, porquanto Dresler chegava a trocá-la por
bebidas alcoólicas com taverneiros, quando não tinha dinheiro.
Apesar de tudo, o interesse pelos periódicos foi sempre crescendo e para
atender os pedidos, Dresler sempre pedia maior quantidade de publicações. Novas
revistas lhe foram enviadas, como o “Hausfreund” (Amigo do Lar) e até livros
pequenos e grandes. Porém toda a literatura recebida, e já avaliada em centenas
de dólares, Dresler jamais pagou um centavo de dólar, e a maioria do dinheiro
foi consumido em álcool.
Em 1887,
Guilherme Belz, imigrante alemão que residia
na colônia de Gaspar Alto/SC, veio visitar seu irmão em Brusque e deparou com o
livro “Gedanken uber das Buch Daniel” (
Comentário Sobre o Livro de
Daniel) de Urias Smith, que seu irmão tinha adquirido das mãos de
Dresler.
O livro chamou atenção de Guilherme Belz e pediu-o emprestado a seu irmão,
levou-o para casa e leu todo o livro com meditação e reflexão,
impressionando-se com o capítulo “O Papado Muda o Sábado”. Acompanhando a
leitura do livro com a Bíblia, convenceu-se de que o sábado é o dia de repouso
original, instituído e ordenado pelo próprio Criador, e jamais a palavra de
Deus autorizara em parte alguma a mudança do repouso sabático para outro dia.
Em 1890 decidiu guardar o sábado com sua família, no que foi seguido
posteriormente por vários vizinhos, totalizando vinte e duas pessoas. Foram os
primeiros observadores do sábado no Brasil, mesmo sem conhecer nenhum
missionário adventista.
Em maio de 1893, por designação da Associação Geral, o colportor
Albert B. Stauffer chegou ao
Brasil, desembarcando
em São
Paulo, após trabalhar por dois anos no Uruguai e na
Argentina, com os seus companheiros
E.W.
Snyder e C. Nowlin. Recém chegado, Stauffer conheceu o
Sr. Alberto Bachmeier, de origem
alemã, revelando-lhe a mensagem adventista e conseguindo a sua conversão. Logo
Stauffer o treinou na colportagem, e ambos passaram a vender a literatura
denominacional em língua alemã, pois não havia em língua portuguesa.Isto
tornava o trabalho dificultoso, pois tornava-se nescessário procurar pessoas de
origem alemã que pudessem adquirir as revistas e os livros.
Bachmeier vendeu nossa literatura em Indaiatuba, Rio Claro, Piracicaba e em
outras cidades do interior paulista e os primeiros interessados de São Paulo
foram aparecendo: em Indaiatuba, a família de
Guilherme Stein (pai);
em Rio Claro, Guilherme e
Paulina Meyer; e ainda em Piracicaba, o professor Guilherme Stein Jr. e
senhora. Guilherme Stein Jr. era metodista e se converteu após leitura do livro
“O Conflito dos Séculos”, da Sra Ellen White.
No início de 1894, chegou ao Brasil o segundo missionário
adventista,
W. H. Thurston,
acompanhado da esposa, oriundo dos Estados Unidos. Sua missão era estabelecer
no Rio de Janeiro um depósito de livros denominacionais para atender às
nescessidades da colportagem local.
O mesmo navio que trouxe o casal Thurton para o Brasil, trazia juntamente o
Pr. Francisco H. Westphal
e família, que viajavam com destino à Argentina. O Pr. Westphal foi
chamado pela
Associação Geral para dirigir a Obra Adventista
na América do Sul, e para batizar os primeiros adventistas da Argentina. Em
1895 o pastor Westphal foi chamado ao Brasil com o objetivo de batizar os
primeiros conversos ao advento.
No mês de
fevereiro de 1895, o Pr. Westphal desembarcou no Rio
de Janeiro e acompanhado por Stauffer, o pastor seguiu primeiro para o interior
de São Paulo a fim de batizar os primeiros conversos neste estado.
O
primeiro batizado foi o professor Guilherme Stein Jr, em abril de 1895, na
cidade de Piracicaba, e seu batismo foi realizado no Rio Piracicaba, que na
língua indígena significa colheita dos peixes. Interessante o simbolismo,
porque este primeiro batismo seria apenas o primeiro passo para uma grande
colheita de almas.
O segundo batismo foi
em Rio
Claro, com dois conversos:
Guilherme e Paulina Meyer e
logo após mais seis conversos foram batizados em Indaiatuba;
Guilherme Stein
(pai) e senhora e mais quatro filhos.
A viagem seguinte do pastor Westphal foi para Santa Catarina, a fim de batizar
os conversos descobertos por
Bachmeier.
Neste itinerário o pastor passou por várias localidades e pregou a mensagem nas
cidades de Joinville, Blumenau e outras cidades do estado de Santa Catarina
deixando interessados trinta observadores do sábado em Joinville, os quais
foram preparados para um batismo futuro.
Em Brusque o pastor Westphal encontrou oito conversos, batizando-os no sábado 8
de junho de 1895. Três dias após, quinze pessoas foram batizadas
em Gaspar Alto, inclusive
Guilherme Belz e família, Augusto Olm e família, Anna Wagner e o colportor
Alberto Bachmeier, que embora convertido ainda não tinha sido batizado.
Após o batismo todos participaram da Santa Ceia.
Precisamente
em Gaspar
Alto foi organizada em fevereiro de
1896 a primeira Igreja
Adventista no Brasil, sob a supervisão do
pastor
Huldreich Graf. Neste mesmo ano, porém, já existiam no Brasil cinco
grupos de conversos adventistas que já realizavam a escola sabatina, nas
seguintes cidades:
Campo dos Quevedos e
Taquari/RS;
Joinville/SC;
Curitiba/PR; e
Rio
Claro em São
Paulo.
Na
igreja de Gaspar Alto em 1898, foi
estabelecida a primeira escola adventista no Brasil, iniciada por Guilherme
Stein Jr. Por volta de 1900 mais de cem membros pertenciam a igreja de Gaspar
Alto, de onde saíram colportores, professores e alguns pastores que, unidos no
mesmo ideal, trabalharam em regiões diversas espalhando a mensagem adventista
pelo Brasil.
O aumento crescente de novos conversos e de interessados, principalmente nos
estados da região sul do Brasil, Espírito Santo e Rio de Janeiro levou a
Associação Geral a providenciar um pastor efetivo para o Brasil, bem como um
dirigente da obra local. O primeiro foi o
Pr. Huldreich Graft e o
segundo o
Pr. Frederico W. Spies. Viajaram e muito fizeram para o
progresso da obra na qualidade de pioneiros, apesar dos muitos sacrifícios que
tiveram de enfrentar no início de suas atividades, inclusive privações
econômicas. Mas o que é essencial, é o fato de muitas almas serem ganhas pelos
esforços de ambos os missionários, que lançaram bases firmes para o
estabelecimento dos campos missionários que se seguiram.
A administração organizada do trabalho adventista no Brasil verificou-se, quase
simultaneamente, no Rio de Janeiro em 1902, sob a supervisão do
Pr. F. W. Spies, e em 1906, no
Rio Grande o Sul (Taquari), a cargo do
Pr.
Huldreich Graf, os quais foram os primeiros dirigentes locais. Sendo
que a região Sul do país ocorreu um maior progresso para a obra, naturalmente a
primeira União estabelecida veio a ser a União Sul-Brasileira, em 1911.
Deus deu o crescimento em todas as áreas que abrangem a ação da Igreja, as
publicações vieram primeiro. No Brasil, a página impressa foi a cunha por
excelência para a penetração da mensagem adventista; e o papel da colportagem a
esse respeito ocupa um lugar destacado.
Além do desbravador A . B. Stauffer, dois irmãos colportores, Alberto e
Frederico J. Berger, iniciaram no Rio Grande do Sul em 6 de agosto de 1895 o
seu plano de vendas de literatura adventista nas colônias alemãs, porquanto só
possuíam livros e periódicos em alemão, e ainda não existiam impressos em
português com a nossa mensagem. Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Espírito
Santo foram também trabalhados por estes valorosos colportores.
Estes pioneiros da colportagem eram verdadeiros heróis que rasgavam o sertão em
sua montaria, levando seus livros, vivendo intrepidamente cada dia as suas
surpresas e os percalços da jornada aventureira: calor, fome, chuva torrencial,
frio, lama, ventania, muitas vezes dormindo ao relento e expostos a animais
perigosos, mas não desanimavam em sua nobre missão.
A colportagem no Brasil começou a ter mais amplo
campo de ação depois que a nossa literatura começou a sair
em português.
A Casa Publicadora Brasileira é uma das 55 editoras
pertencentes a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Foi fundada em Julho de 1900,
no Rio de Janeiro, mas em 1905 foi transferida para Taquari, Rio Grande do Sul.
Em 1907 estabeleceu-se
em
Santo André, São Paulo, e lá permaneceu por 78 anos. Mudou-se
para Tatuí, interior de São Paulo, em 1985 e foi edificada em um terreno com
mais de meio milhão de metros quadrados. Sua área construída hoje, mede
18.000 m2 e isso a torna
a terceira maior Editora dos Adventistas no mundo. Louvamos a Deus por isso!
O primeiro periódico a ser publicado em português foi “O Arauto da Verdade” em
Janeiro de 1900. Na época ainda não estávamos totalmente estruturados e nem se
quer tínhamos equipamentos para imprimirmos nossa própria literatura. Hoje,
graças as bênçãos de Deus e a tecnologia criada pelo homem, nosso consumo
mensal de papel é de 240 toneladas aproximadamente.
Nosso primeiro livro publicado foi “A Vinda Gloriosa de Cristo”, em 1907, e
esse título traduz a razão de nossa existência: anunciar a segunda vinda de
Jesus através da literatura.
Muitos de nossos livros estão editados em mais de 200 línguas e dialetos e, no
Brasil, produzimos centenas de títulos dos quais você poderá agora conhecer e
adquirir sem sair de casa. É a Casa abrindo as portas para estar mais perto de
você!
“Nada é mais importante do que a Educação de
nossos jovens e crianças.” (E.G.White)
Onde penetra a mensagem adventista logo surgem
escolas e colégios. Assim foi no Brasil, já no ano de 1896, em Curitiba/PR,
numa casa à Rua Paula Gomes, 290, com o nome de Colégio Internacional passou a
funcionar o primeiro educandário adventista, dirigido pelo professor Guilherme
Stein Jr chegando a alcançar uma matrícula de 120 alunos no seu primeiro ano de
existência. A Escola foi transferida para um prédio na avenida Cândido de
Abreu, no qual resta atualmente apenas uma parte incorporada à fachada do
Shopping Muller.
Em 1898 foi estabelecida a primeira escola missionária no Brasil,
em Gaspar Alto, sob a
direção do Prof. Guilherme Stein. Diversos missionários passaram por esta
escola.
A segunda escola missionária foi fundada em Taquari/RS, em agosto de 1903,
tendo como diretor o professor Emílio Schenk, mas em 1910 foi fechada pela
obra, pois um plano melhor havia sido delineado: o estabelecimento de uma
escola Missionária
em São
Paulo, para melhor servir aos vários campos, por motivo que a
escola de Taquari no RS, não estava bem localizada.
Assim, em
1915 a
obra adquiriu um terreno de cerca de 70 alqueires, a
23 Km da cidade de São Paulo,
próximo a Santo Amaro, nesta nova propriedade foi estabelecida a terceira
escola missionária no Brasil, o Seminário Adventista, conhecido depois por
Colégio Adventista Brasileiro e atualmente por Instituto Adventista de Ensino.
Foram seus fundadores J. Lipke e J. H. Boehm, e o primeiro professor foi o irmão
Paulo Henning, que no dia 4 de julho de 1915 ministrou a primeira aula a 12
alunos. Neste novo seminário, professores e alunos irmanados trabalharam com
afinco, movidos pelo mesmo ideal. Desta maneira uma simples granja no meio do
mato foi transformada num belo local apropriado para o preparo educacional dos
futuros obreiros, no Brasil.
Em anos sucessivos outros educandários foram estabelecidos no Brasil: em 1937,
o Ginásio Adventista de Taquara (Taquara/ RS), atual Instituto Adventista
Cruzeiro do Sul, em 1939 o Instituto Teológico Adventista, hoje atual Instituto
Petropolitano Adventista de Ensino (Pretrópolis/RJ); em 1947 o Ginásio
Adventista Paranaense, sediado em Curitiba; Em 1943 , o Educandário Nordestino
Adventista; em 1950, próximo a Campinas (S.Paulo) começou a funcionar o Ginásio
Adventista Campineiro, atual Instituto Adventista São Paulo (IASP); em 1961 o
Instituto Grão-Pará, em Belém.
Deus deu o crescimento
em
educação. Da escola de Gaspar Alto multiplicaram-se:
internatos, escolas de 1º e 2º Grau, faculdades e agora também temos uma
universidade.
Atualmente existe mais de 520 escolas (dados de 1999) distribuídas por todo o
Brasil onde já estudaram mais de cento e vinte mil alunos.
A Obra médica, braço direito da mensagem, conforme Ellen White.
A IASD, em todos os tempos de sua existência,
sempre contribuiu com as três necessidades básicas (segundo a ONU – Organização
das Nações Unidas): Saúde, Educação e Social. A igreja acrescenta a quarta
necessidade – Espiritual. Estas quatro necessidades básicas formam uma perfeita
simbiose, quando levadas a efeito, para o bem-estar e salvação do ser humano. E
nisto consiste a missão da igreja.
A reforma pró-saúde, em harmonia com Educação, Social e Publicações, constituem
o pano de fundo da bandeira Adventista para a pregação do evangelho, em todas
as partes do mundo.
Em 1896, o
Pr. Huldreich Graf (Missionário
norte americano), começou a ministrar no Brasil, princípios de saúde em forma
hidroterapia, outros tratamentos naturais, alimentação vegetariana e outros. Em
1900, o Dr. Abel Gregory, médico e dentista americano, veio por conta própria,
para Rio do sul, ensinar princípios de saúde, segundo os Adventistas. Em 1907,
também dos EEUU, chegaram ao Brasil como missionários a Dra. Luísa Wurtz e
Corina Hoy, enfermeira, para o mesmo trabalho. Em 1914, na cidade de Santo
Amaro, SP, em sua grande série de evangelismo público, o evangelista
J.
Lipke enfrentava uma grande oposição da igreja Católica. Quando a Dra.
Wurtz e a enfermeira Hoy, começaram a ministrar palestras de reforma –
pró-saúde, a oposição se acalmou, e o evangelismo seguiu em paz para fundar a
atual igreja da cidade de Santo Amaro, a igreja pioneira da zona sul de São
Paulo.
No Rio Grande do Sul, Ernesto Bergold, aceitou a verdade Adventista por meio da
reforma pró-saúde. Em 1928, no norte do então do estado de Goiás (hoje
Tocantins), Ilha do Bananal. N. Allen, começou o trabalho médico assistencial
missionário, entre a tribo indígena Carajá.
Em 1953, foi lançada no Rio Araguaia a lancha “Pioneira”, pilotada por Lair
Montebelo. Enquanto isso, desde 1931, Leo e Jessie Halliwell, singravam o
“rio-mar” Amazonas, curando e pregando aos milhares de ribeirinhos.
Em 1937, o presidente da União Sul Brasileira, pastor E. H. Wilcox (americano),
chamou o Dr. Antônio Alves de Miranda, para ser o médico da União. Em 1939, foi
fundada uma pequena clínica
em
São Paulo, chamada “Sanatório Boa Vista”. Em 1942, fundada a
Casa de Saúde Liberdade, hoje, Hospital Adventista de São Paulo. Depois, vieram
os demais hospitais e clínicas.
Hoje temos no Brasil 4 clínicas e 7
hospitais.
A mensagem adventista no Brasil teve seu providencial e humilde começo ao
seguinte tripé: Publicações, Educação e Saúde. Deste incipiente início, hoje,
mais de 120 anos depois, podemos analisar os maravilhosos frutos que aí estão
com 6 Missões, 23 Associações, 5 Uniões, muitas e prósperas instituições e até
dezembro de 1999 mais de 930 mil membros batizados.
7.
8.
9. H.A. 016 - A Deus Demos Glória
Letra: Fanny Jane Crosby
(1820 1915)
Música: William Howard Doane (1832-1915)
“Exultai! Exultai! Vinde todos louvar
A Jesus, Salvador, a Jesus Redentor.
A Deus demos Glória, porquanto do céu
Seu Filho bendito por nós todos deu! ”
Há palavras de louvor mais conhecidas ou mais amadas do que
estas em nossas igrejas? Dar glória a Deus deve ser o maior desejo de cada
crente e de cada igreja. Como diz Hebreus 2. 12: ”Anunciarei o teu nome a meus
irmãos, cantar-te-ei louvores no meio da congregação”. Devemos estar sempre
prontos a louvá-lo por ter-nos enviado o nosso Salvador. Devemos sempre ser
aptos a reconhecer a mão de Deus, que nos abençoa em tudo que procuramos fazer
para ele em nossas igrejas. Johann Sebastian Bach teve toda a razão quando
declarou: ”O alvo e razão de existência para toda a música deve ser nada menos
que a glória de Deus”. Glorifiquemos a Deus com este maravilhoso hino de
louvor.
A prolífica poetisa Fanny Crosby escreveu este hino. Difere
da maior parte dos seus hinos por expressar o louvor mais objetivo, e não o
típico testemunho ou a experiência pessoal característico da sua época.
Fanny Crosby nasceu no
condado de Putnam, Estado de Nova Iorque, em 24 de março de 1820. Seus pais,
fazendeiros pobres, eram puritanos dedicados, descendentes dos fundadores da
Colônia da Baia de Massachusetts e membros da igreja presbiteriana. Por causa
de um tratamento errado duma inflamação dos seus olhos, Fanny ficou
praticamente cega com seis semanas de idade, podendo perceber somente uma luz
brilhante. Em novembro daquele ano seu pai, John Crosby, morreu. Por
necessidade, sua mãe. Mercy, foi trabalhar numa fazenda vizinha, deixando Fanny
aos bons cuidados da sua avó, Eunice. Para outra pessoa, ser cega poderia ser o
fim, mas não para Fanny. Sua avó decidiu ser seus olhos. Dedicando-se de corpo
e alma ao bem da sua neta, ensinou-a muitas coisas que fariam dela uma menina
independente e alegre. Dela Fanny aprendeu a arte da descrição: dos pássaros,
do pôr do sol, cujas cores ela podia às vezes perceber vagamente, e das flores.
Dela Fanny aprendeu a amar e decorar a Palavra, a orar, a
se unir com os crentes na Igreja e cantar, o que Fanny amava demais, decorando
os Salmos com grande rapidez. Ainda criança, Fanny, quando desanimada pela
cegueira, perguntou a Deus se, mesmo cega, poderia ser uma filha dele. Testemunhou,
mais tarde, que ouviu a voz de Deus dizendo a ela; “não se desanime, menina. Um
dia você será muito feliz e operosa mesmo na cegueira”.
A tradução literal duma poesia escrita por ela aos oito
anos mostra sua personalidade:
Então pode chorar e soluçar porque sou cega
Oh, que menina contente sou eu,
Apesar de não poder ver,
Pois decidida estou que
Neste mundo alegre serei!
Quantas bênçãos recebo eu
Então pode chorar e soluçar porque sou cega
Porque isso não farei!
Este poema foi profético, pois Fanny Crosby seria, em toda
a sua vida, caracterizada pela alegria. Com a idade de 15 anos, Fanny entrou no
Instituto Para Cegos, em
Nova Iorque , com excelente aproveitamento. Continuou no seu
hábito de escrever poesia, muitas vezes solicitada a suprir a letra para
músicas que lhe eram entregues. Além de tocar violão, que aprendera quando
criança, tornou-se cantora concertista, pianista talentosa e proficiente e
aprendeu o órgão e a harpa. Ao se formar, tornou-se professora da instituição.
Em 1850, depois de passar alguns meses considerando se ela
era realmente salva, num camp meeting ao som do hino Por Meus Pecados
Padeceu de Watts, Fanny recebeu a certeza de sua salvação. ”Minha alma
inundou-se com a luz celestial”, testificaria depois. Levantou-se exclamou:
"Aleluia! Aleluia!" Entregando sua vida totalmente a Cristo, ela
disse: ”Pela primeira vez entendi que estava procurando segurar o mundo em uma
mão e o Senhor na outra”.
Fanny começou a suprir letras para canções e cantatas do
destacado compositor George F. Root. Obtiveram muito sucesso. Mas o compositor
que usou a vida de Fanny foi Willian B. Bradbury. Procurando quem escrevesse
letras para seus hinos e ouvindo da capacidade de Fanny, procurou-a. “Fanny”,
disse ele, “dou graças a Deus que nós nos encontramos, porque acho que você
pode escrever hinos”. A seu pedido, Fanny escreveu um hino e lho deu. Bradbury
estava entusiasmado, e ali começou uma parceria que continuaria até a morte
dele. “Parecia que a grande obra da minha vida começara”, escreveu a poetisa
que continuaria a escrever, dando ao mundo mais de 9.000 hinos!
Aos 38 anos, Fanny casou-se com Alexander Van Alstyne,
músico cego, conhecido como um dos melhores organistas em Nova Iorque. Homem
bonito, jovial e muito apreciado, empregou-se em várias igrejas como organista
e ensinava órgão para sustentar a família. Tiveram um filhinho, mas esse morreu
na infância. Poucos souberam sobre ele: ”Van” compôs melodias para alguns dos
textos de Fanny, mas não perduraram. Um hinário que os dois prepararam não foi
aceito pela editora, porque, disseram, não queriam um hinário somente de duas
pessoas.
Nos anos que seguiram, Fanny continuaria a escrever letras
para hinos dos mais conhecidos hinistas. Chegou a usar 204 pseudônimos! Nunca
fez questão de remuneração adequada. Morava em lares muito simples, vivia
modestamente e dava muito do que recebia aos outros. Não se gabava na sua fama.
Conheceu mais de um Presidente do seu País. Foi a primeira mulher a falar
diante do Senado dos Estados Unidos. Pregava nos púlpitos de grandes igrejas e
fez conferências em muitos lugares. À sua própria maneira, tornou-se um dos
evangelistas mais proficientes da sua época. Amava o trabalho das missões como
o Exército de Salvação, Associação de Moços Cristãos, e a famosa Bowery, que trabalhavam
com os alcoólatras e necessitados. Cooperava nestes trabalhos, dando muito de
si.
Embora fosse mulher muito pequenina, parecia ter energia
ilimitada. Mulher de oração, nunca escrevia um hino sem ter orado, pedindo a
direção de Deus. Gostava das horas da noite para comunhão com seu Senhor.
Possuindo uma memória extraordinária, conhecia muitos livros da Bíblia de cor.
Nunca gostou de usar o Braile, e decorava seus textos, ditando até quarenta
deles de uma só vez à pessoa que consentisse em escrevê-los. Compôs
músicas de grande beleza, mas se recusou a publicá-las. Publicou cinco volumes
de poesias. Escreveu o libretto de um oratório.
Uma vez, questionada como podia escrever tantos hinos,
Fanny comentou: “Que alguns dos meus hinos foram ditados pelo Espírito Santo,
não tenho nenhuma dúvida; e que outros foram o resultado de profunda meditação,
sei que é verdade; mas que o poeta tenha o direito de reclamar mérito especial
para ele mesmo é certamente presunção. Sinto que há um poço de inspiração do qual
podemos tirar os tragos efervescentes que são tão essenciais à boa poesia. (. .
. ) Às vezes o hino vem a mim por estrofes, e precisa somente ser escrito, mas
nunca peço que uma porção de um poema seja escrita até que o poema todo seja
completo. Então geralmente preciso podar e revisar muito. Algumas poesias é
verdade, vêm completas, mas a maioria, não. (. . . ) Nunca começo um hino sem
primeiro pedir meu bom Senhor para ser minha inspiração no trabalho que estou a
começar.” Fanny Crosby, que ministrou e continua a ministrar ao mundo todo com
suas mensagens que “tocam o coração”, poucos dias antes da sua morte, numa
visita de obreiros, falou estas palavras muito significativas:
“Creio que a maior bênção que o Criador me proporcionou foi
quando permitiu que a minha visão externa fosse fechada. Consagrou-me para a
obra para a qual me fez. Nunca conheci o que é enxergar, e por isso não posso
compreender a minha perda. Mas tive sonhos maravilhosos. Tenho visto os mais
lindos olhos, os mais belos rostos e as paisagens mais singulares. A perda da
minha visão não foi perda nenhuma para mim.”
Fanny faleceu em Bridgeport, Estado de Connecticut em 12 de
fevereiro de 1915. A
pedra da sua sepultura é simples. Como pedira; tinha simplesmente as palavras
Aunt Fanny – She Did What She Could. (Tia Fanny - Ela fez o que pôde). Em
1955, um grande monumento foi erigido sobre o seu túmulo homenageando esta
serva de Deus e incluindo a primeira estrofe de Que segurança! Sou de Jesus!
O compositor publicador William Howard Doane, um dos
parceiros mais bem sucedidos de Fanny, musicou esta letra e publicou o hino na
sua coletânea Brightest and Best (O Mais Brilhante e o Melhor) em 1875. O
ilustre hinólogo W. J. Reynolds acha estranho que o hino não fosse incluído
logo nas seis coletâneas de Gospel Hymns publicadas por Bliss e Sankey nos
Estados Unidos, porque Sankey o introduziu nas suas campanhas evangelísticas
com Moody na Inglaterra em 1873-1874 e incluiu-o nas suas coletâneas publicadas
naquele país, os Sacred Songs and Solos (Cânticos e Solos Sacros - coletânea
que continua a ser publicada até hoje), Por isso, o hino não foi bem conhecido
nos Estados Unidos até que a equipe de Billy Graham o trouxesse das suas
campanhas na Inglaterra em 1954. Assim, este hino favorito dos crentes brasileiros
foi redescoberto na América do Norte, tornou-se muito amado e aparece em muitos
hinários mais recentes.
O nome da melodia, TO GOD BE THE GLORY, corresponde
ao título original do hino, bem traduzido para o português, "A Deus Demos
Glória." Este hino foi primorosamente traduzido pelo Pastor Joseph Jones
em 1887 e entrou nos hinários evangélicos mais antigos no Brasil.
Joseph Jones (1848-1927) nasceu em Portugal, filho de
ingleses. Em 1857, aos 23 anos, converteu-se através do testemunho de membros
duma família batista. Foi batizado em Londres. Retornou
a Portugal e, onde iniciou atividades evangelísticas. Apesar da perseguição,
Jones abriu uma Casa de Oração no subúrbio de Bonsucesso, na Ilha Mastro, perto
do local onde mais tarde seria construído o tabernáculo batista.
Bibliografia: Jackson,
Samuel Trevena. Fanny Crosby’s Story of Ninety-four Years, New York,
Revell, 1915, p. 33, em: Ruffin, Bernard, Fanny Crosby, Philadelphia, PA,
United Church Press, 1976, p. 28.
10.
H.A – 60 – Foi por Você também
(Williams Soares Costa Jr. – 1951)
CONCLUSÃO:
Deus tem abençoado ricamente Sua obra no
Brasil e no Mundo, segundo podemos
observar através deste rápido relatório histórico comparativo, passado e
presente, que nos comprova que o trabalho e o sacrifício dos pioneiros que aqui
vieram não foi
em vão.
Antes, porém, veio a frutificar com abundância, repetindo
mais uma vez a maravilhosa parábola do semeador, e do sucesso da semente que
caiu em boa terra. Louvado seja o nome do Senhor!
“
Nada temos a recear quanto ao futuro, a
menos que nos esqueçamos a maneira pela qual o Senhor nos tem guiado, e os
ensinos que nos ministrou no passado.” (E.G.White).